quarta-feira, 7 de abril de 2021

PLANO DE ESTUDO TUTORADO 1 SEMANA 3 8º ANO

PLANO DE ESTUDO TUTORADO 1

SEMANA 3 - 8º ANO

Unidade temática: Lógicas comerciais e mercantis da modernidade.

Subtema: Escravidão no Brasil

 A ESCRAVIDÃO DENTRO DA LÓGICA MERCANTIL EUROPEIA NO CONTEXTO DA  MODERNIDADE

     A expansão marítima europeia, a partir do século XV, mudou drasticamente a história da humanidade ao unir três continentes: a Europa, a África e a América. Em busca de enriquecimento, os europeus (os portugueses foram pioneiros), organizaram todo um aparato político, econômico e militar que lhes garantiu o controle sobre africanos e americano. Dessa forma surgiu o que chamamos de sistema colonial, que durou do século XVI ao século XIX. Apesar de não podermos falar de uma colonização da África nesse período, os portugueses fundaram diversos fortes e feitorias no litoral atlântico africano, e assim puderam negociar com os povos locais diversas mercadorias que eram levadas para a Europa e América.Dentre todos os bens negociados com os povos africanos, o tráfico de escravos foi o que mais rendeu lucros para Portugal, pois além do ótimo negócio que representava, também foi fundamental para a ocupação e exploração da América.

     O tráfico de escravos consistiu, basicamente, na migração forçada de africanos A partir de meados do século XV, os portugueses começaram a instalar uma série de feitorias na costa do continente africano. Por meio dessas, eles desenvolveram relações diplomáticas com uma série de reinos africanos, assim como relações comerciais. A obtenção dos escravos começava no interior do continente africano, com os cativos sendo prisioneiros de guerra que eram vendidos ou vítimas de emboscadas realizadas pelos traficantes de escravos. Uma vez capturados, eram levados em uma marcha, a pé, até o porto, do qual seriam encaminhados para a América. Nos portos, ainda na África, eram trocados por alguma mercadoria de valor, como tabaco, cachaça, pólvora, objetos metálicos. Por fim, eram embarcados no navio chamado de tumbeiro, que então os transportaria para a América.

      Os negros trazidos para o Brasil pertenciam, principalmente, a dois grandes grupos étnicos: os sudaneses, originários da Nigéria, Daomé e Costa do Marfim, e os bantos, capturados no Congo, Angola e Moçambique. Estes foram desembarcados, em sua maioria, em Pernambuco e no Rio de Janeiro. Os sudaneses ficaram na Bahia. Calcula-se que entre 1550 e 1855 entraram nos portos brasileiros cerca de cinco milhões de africanos, na sua maioria jovem do sexo masculino.

      Os navios negreiros que transportavam africanos até o Brasil eram chamados de tumbeiros, porque grande parte dos negros, amontoados nos porões, morria durante a viagem. O banzo (melancolia), causado pela saudade da sua terra e de sua gente, era outra causa que os levava à morte. Os sobreviventes eram desembarcados e vendidos nos principais mercados de escravos se encontravam nas regiões litorâneas, principalmente na região nordeste e sudeste. Nos mercados, os compradores examinavam as peças (nos documentos históricos não se falava “escravos” e sim “peças”) como se examinassem um objeto, uma mercadoria ou um animal. As principais observações que os compradores queriam verificar nas “peças” eram a rigidez dos músculos (por isso apalpavam os escravos). Olhavam também os dentes, os olhos, os ouvidos e solicitavam que os escravos saltassem e girassem para constatar suas condições de saúde. Além dessas observações, os compradores examinavam as partes íntimas dos escravos a fim de constatar alguma doença. Geralmente, os preços dos escravos eram altos. O valor variava de acordo com as condições físicas e de saúde de cada um, idade e sexo.     

   Os escravos africanos eram de formas gerais, bastante explorados e maltratados e, em média, não aguentavam trabalhar mais do que dez anos. Como reação a essa situação, durante todo o período colonial foram constantes os atos de resistência, desde fugas, tentativas de assassinatos do senhor e do feitor, até suicídios. Essas reações contra a violência praticada pelos feitores, com ou sem ordem dos senhores, eram punidas com torturas diversas. Amarrados no tronco permaneciam dias sem direito a comida e água, levando inumeráveis chicotadas. Eram presos nos ferros pelos pés e pelas mãos. Os ferimentos eram salgados, provocando dores atrozes. Quando tentavam fugir eram considerados indignos da graça de Deus, pois, segundo o padre Antônio Vieira, ser "rebelde e cativo" é estar "em pecado contínuo e atual".

      No entanto a escravidão no Brasil não ficou restrita aos africanos, em algumas regiões do Brasil, devido aos preços altos dos escravos negros e a constante rebeldia desses houve a necessidade de escravizar os indígenas.

Colonos que  não dispunham de recursos suficientes para importar africanos, a melhor opção era usar a escravidão indígena. A Coroa portuguesa, apesar de ter começado a criar em 1570, uma legislação para proibir a escravização indígena, deixou suficientes brechas na lei para não extingui-la de vez.

     Fosse nos engenhos de açúcar, nas lavouras de café ou na mineração, o serviço pesado estava nas mãos dos cativos. A economia brasileira do período colonial e imperial era fundamentada nessa exploração desumana.

FONTE :escolakids.uol.com.br/historia/escravidao-no-brasil.

 

Índios

Legião Urbana

Quem me dera ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
Conseguiu me convencer que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha

 

Quem me dera ao menos uma vez
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano de chão
De linho nobre e pura seda

 

Quem me dera ao menos uma vez
Explicar o que ninguém consegue entender
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente

 

Quem me dera ao menos uma vez
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
Fala demais por não ter nada a dizer

 

Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro

O Rappa

Tudo começou quando a gente conversava
Naquela esquina alí
De frente àquela praça
Veio os homens
E nos pararam
Documento por favor
Então a gente apresentou
Mas eles não paravam
Qual é negão? Qual é negão?
O que que tá pegando?
Qual é negão? Qual é negão?

 

É mole de ver
Que em qualquer dura
O tempo passa mais lento pro negão
Quem segurava com força a chibata
Agora usa farda
Engatilha a macaca
Escolhe sempre o primeiro
Negro pra passar na revista
Pra passar na revista

 

ATIVIDADE

1- Os portugueses transportavam 500 cativos numa caravela, enquanto os holandeses não embarcavam mais do que 300 num navio grande. Um pequeno bergantim português podia transportar até 200 escravos, um navio grande até 700. Trinta e cinco dias durava a viagem de Angola a Pernambuco, quarenta até a Bahia, cinquenta ao Rio de Janeiro.

 FONTE : MATOSO, Katia M. de Queiróz. Ser escravo no Brasil. São Paulo: Brasilense, 1990. P. 47.

Tomando como ponto de partida a citação acima, faça uma pesquisa acerca da vida dos indígenas e negros africanos no período da colonização. Investigue as condições dos cativos africanos na travessia do Atlântico, a captura dos indígenas no território colonial, as condições de trabalho, as relações pessoais, as relações de sujeição e rebeldia, as formas de resistência cultural. Em segui­da produza um texto com o tema – A escravidão no Brasil – Dê um título.

RESPOSTA PESSOAL: Leia o texto apoio com atenção. Assista ao vídeo sobre escravidão no Brasil





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