PLANO DE ESTUDO TUTORADO 1
SEMANA 3 - 8º ANO
Unidade temática: Lógicas comerciais e
mercantis da modernidade.
Subtema: Escravidão no Brasil
A ESCRAVIDÃO DENTRO DA LÓGICA MERCANTIL EUROPEIA NO CONTEXTO DA MODERNIDADE
A
expansão marítima europeia, a partir do século XV, mudou drasticamente a
história da humanidade ao unir três continentes: a Europa, a África e a
América. Em busca de enriquecimento, os europeus (os portugueses foram
pioneiros), organizaram todo um aparato político, econômico e militar que lhes
garantiu o controle sobre africanos e americano. Dessa forma surgiu o que
chamamos de sistema colonial, que durou do século XVI ao século XIX. Apesar de
não podermos falar de uma colonização da África nesse período, os portugueses
fundaram diversos fortes e feitorias no litoral atlântico africano, e assim
puderam negociar com os povos locais diversas mercadorias que eram levadas para
a Europa e América.Dentre todos os bens negociados com os povos africanos, o tráfico
de escravos foi o que mais rendeu lucros para Portugal, pois além do ótimo
negócio que representava, também foi fundamental para a ocupação e exploração
da América.
O
tráfico de escravos consistiu, basicamente, na migração forçada de
africanos A partir de meados do século XV, os portugueses começaram a instalar
uma série de feitorias na costa do continente africano. Por meio
dessas, eles desenvolveram relações diplomáticas com uma série
de reinos africanos, assim como relações comerciais. A obtenção dos
escravos começava no interior do continente africano, com os cativos sendo
prisioneiros de guerra que eram vendidos ou vítimas de emboscadas realizadas
pelos traficantes de escravos. Uma vez capturados, eram levados em uma marcha,
a pé, até o porto, do qual seriam encaminhados para a América. Nos portos,
ainda na África, eram trocados por alguma mercadoria de valor,
como tabaco, cachaça, pólvora, objetos metálicos. Por fim,
eram embarcados no navio chamado de tumbeiro, que então os
transportaria para a América.
Os negros trazidos para o Brasil
pertenciam, principalmente, a dois grandes grupos étnicos: os sudaneses,
originários da Nigéria, Daomé e Costa do Marfim, e os bantos, capturados no
Congo, Angola e Moçambique. Estes foram desembarcados, em sua maioria, em
Pernambuco e no Rio de Janeiro. Os sudaneses ficaram na Bahia. Calcula-se que
entre 1550 e 1855 entraram nos portos brasileiros cerca de cinco milhões de
africanos, na sua maioria jovem do sexo masculino.
Os navios negreiros que transportavam
africanos até o Brasil eram chamados de tumbeiros, porque grande parte dos
negros, amontoados nos porões, morria durante a viagem. O banzo (melancolia),
causado pela saudade da sua terra e de sua gente, era outra causa que os levava
à morte. Os sobreviventes eram desembarcados e vendidos nos principais mercados
de escravos se encontravam nas regiões litorâneas, principalmente na região
nordeste e sudeste. Nos mercados, os compradores examinavam as peças (nos
documentos históricos não se falava “escravos” e sim “peças”) como se
examinassem um objeto, uma mercadoria ou um animal. As principais observações
que os compradores queriam verificar nas “peças” eram a rigidez dos músculos
(por isso apalpavam os escravos). Olhavam também os dentes, os olhos, os
ouvidos e solicitavam que os escravos saltassem e girassem para constatar suas
condições de saúde. Além dessas observações, os compradores examinavam as
partes íntimas dos escravos a fim de constatar alguma doença. Geralmente, os
preços dos escravos eram altos. O valor variava de acordo com as condições
físicas e de saúde de cada um, idade e sexo.
Os escravos africanos eram de formas gerais,
bastante explorados e maltratados e, em média, não aguentavam trabalhar mais do
que dez anos. Como reação a essa situação, durante todo o período colonial
foram constantes os atos de resistência, desde fugas, tentativas de
assassinatos do senhor e do feitor, até suicídios. Essas reações contra a
violência praticada pelos feitores, com ou sem ordem dos senhores, eram punidas
com torturas diversas. Amarrados no tronco permaneciam dias sem direito a
comida e água, levando inumeráveis chicotadas. Eram presos nos ferros pelos pés
e pelas mãos. Os ferimentos eram salgados, provocando dores atrozes. Quando
tentavam fugir eram considerados indignos da graça de Deus, pois, segundo o
padre Antônio Vieira, ser "rebelde e cativo" é estar "em pecado
contínuo e atual".
No
entanto a escravidão no Brasil não ficou restrita aos africanos, em algumas
regiões do Brasil, devido aos preços altos dos escravos negros e a constante
rebeldia desses houve a necessidade de escravizar os indígenas.
Colonos
que não dispunham de recursos
suficientes para importar africanos, a melhor opção era usar a escravidão
indígena. A Coroa portuguesa, apesar de ter começado a criar em 1570, uma
legislação para proibir a escravização indígena, deixou suficientes brechas na
lei para não extingui-la de vez.
Fosse nos engenhos de açúcar, nas lavouras
de café ou na mineração, o serviço pesado estava nas mãos dos cativos. A
economia brasileira do período colonial e imperial era fundamentada nessa
exploração desumana.
FONTE
:escolakids.uol.com.br/historia/escravidao-no-brasil.
Índios Quem
me dera ao menos uma vez Quem
me dera ao menos uma vez Quem
me dera ao menos uma vez Quem
me dera ao menos uma vez |
Todo
Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro Tudo
começou quando a gente conversava É
mole de ver |
ATIVIDADE
1-
Os portugueses transportavam 500 cativos numa caravela, enquanto os holandeses
não embarcavam mais do que 300 num navio grande. Um pequeno bergantim português
podia transportar até 200 escravos, um navio grande até 700. Trinta e cinco
dias durava a viagem de Angola a Pernambuco, quarenta até a Bahia, cinquenta ao
Rio de Janeiro.
FONTE : MATOSO, Katia M. de Queiróz. Ser
escravo no Brasil. São Paulo: Brasilense, 1990. P. 47.
Tomando como ponto de partida a citação
acima, faça uma pesquisa acerca da vida dos indígenas e negros africanos no
período da colonização. Investigue as condições dos cativos africanos na
travessia do Atlântico, a captura dos indígenas no território colonial, as
condições de trabalho, as relações pessoais, as relações de sujeição e
rebeldia, as formas de resistência cultural. Em seguida produza um texto com o
tema – A escravidão no Brasil – Dê um título.
RESPOSTA
PESSOAL: Leia o texto apoio com atenção. Assista ao vídeo sobre escravidão no
Brasil
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