quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Plano de estudo tutorado volume 5 - semana 4 - 8º ano

PLANO DE ESTUDO TUTORADO 5º VOLUME

Semana 4  História 8º ano

Unidade temática: O Brasil  no século XIX

Subtema:As revoltas no período regencial

                      PERÍODO REGENCIAL, PERÍODO DE INSURGÊNCIA

    A Regência Una de Feijó foi marcada pela incapacidade do regente em resolver as tensões sociais que dividiam a sociedade do recém formado Estado Brasileiro. As elites locais, desejosas de manter a autonomia conquistada no processo de independência e nos primeiros anos de regência, aproveitaram a fragilidade governamental do Estado para promover rebeliões, algumas separatistas, visando exercer governos locais que beneficiassem seus interesses políticos e comerciais. Em outros casos, grupos sociais que passaram anos massacrados por um sistema opressor, buscavam reconhecimento de seus desejos de autonomia dentro desta sociedade.

    Em 1837, na província da Bahia, o médico e jornalista Francisco Sabino liderou um grupo descontente de militares, profissionais liberais, comerciantes, populares e negros livres. Os revoltosos não aceitavam a falta de autonomia comercial da província baiana com o fato dos postos administrativos mais importantes serem indicações do Governo Central. Em 6 de novembro de 1837, rebeldes ocupam o Forte de São Pedro e declaram o rompimento com o Governo Central no Rio de Janeiro. Foi decretada a República da Bahia até a maioridade de D. Pedro II, datada para 1844. Entretanto, a reação violenta do Governo Central no ano seguinte, resultou em mais de 2 mil mortos e à prisão dos seus líderes, sufocando o movimento. Este movimento recebeu o nome de Sabinada.Note que não desejavam separação definitiva do Brasil e sim o rompimento com o Governo Regencial.

    Em 1835, também na cidade de Salvador, uma revolta de escravizados escancarou o problema gerado pela manutenção da mão-de-obra escrava no Brasil. A chamada Revolta dos Malês, organizada por cerca de 600 negros escravizados declarados como muçulmanos (malês, no idioma iorubá), buscou libertar escravos nas proximidades da cidade, matando algozes ou seus traidores. O objetivo mais amplo era acabar com a escravidão no Brasil, mas apesar do forte idealismo, a Revolta foi sufocada pelas tropas do governo.

   No Maranhão em 1838, um movimento liderado pelo artesão Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, o Balaio, buscou acabar com a opressão imposta pelos grandes fazendeiros da região, responsáveis por um sistema que deixou grande parte da população na mais profunda miséria. Na Balaiada, como ficou conhecida, artesãos, vaqueiros, escravizados, camponeses que tomaram o poder central e decretaram a expulsão dos portugueses da região. Com ajuda de tropas do Rio de Janeiro, o governo maranhense combateu violentamente os revoltosos e sufocaram o movimento em 1841, deixando um saldo de 12 mil mortos, entre camponeses e escravizados.

    Na província do Grão-Pará, havia um descontentamento por parte da sociedade local contra a presença de portugueses nos mais altos cargos públicos desde o Primeiro Reinado. Os comerciantes locais buscavam livrar-se do controle imposto pelos comerciantes portugueses, que por controlar a administração local, impediam o crescimento econômico dos nativos. O abismo social existente na região, onde uma parcela de ricos comerciantes contrastava com uma massa gigantesca de camponeses e indígenas que viviam com condições de miséria extrema, foi outro fator determinante para a deflagração do movimento da Cabanagem, liderada pela população mais pobre residente em cabanas às margens dos grandes rios. Entre 1835 e 1840, grupos de rebeldes combatiam tropas governamentais pelo poder na província, terminando com a vitória do Governo e deixando um resultado estimado de 30 mil mortos.

      Outro pequeno movimento de contestação ao domínio dos comerciantes portugueses na sociedade local ocorreu em Cuiabá, Mato Grosso, em 1.834. Comerciantes locais reivindicam maior autonomia na província e passaram a realizar saques e assassinar portugueses, tomando o poder na região por três meses. Entretanto, o movimento foi reprimido e seus líderes presos no que foi chamada de Rusgas Cuiabanas.

      A mais duradoura rebelião regencial ocorreu na região Sul e recebeu o nome de Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha. Naquela época, estancieiros (fazendeiros) locais tinham como atividade econômica a criação de gado para a produção de charque. Como tinham relacionamento estreito com comunidades do Uruguai, onde possuíam grandes propriedade de terra, os estancieiros pediam ao Governo Central a livre circulação de mercadorias e gado entre os dois países, facilitando o transporte de seus produtos. Em contrapartida, pediam o aumento da taxação de produtos vindos da Argentina, pois a taxa cobrada deixava o produto brasileiro com o valor mais alto do que os produtos importados.

    A revolução começa quando o estancieiro Bento Gonçalves depõe o Governador da província, assumindo o controle governamental. Três anos mais tarde, os rebeldes declaram a República de Piratini, uma nação separada do Brasil e foram seguidos por estancieiros de Santa Catarina, proclamando a República Juliana, com a liderança do italiano Giuseppe Garibaldi. Tropas governamentais partidas do Rio de Janeiro foram enviadas para sufocar o movimento travando batalhas que durariam 10 anos e um número elevado de mortes. Ao fim do movimento, Luís Alves de Lima e Silva, o Barão de Caxias, que futuramente foi chamado de Duque de Caxias, liderou um exército de 12 mil homens e venceram os farrapos. Apesar de serem separatistas e persistirem por uma década, o Governo Imperial anistiou os revoltosos, respeitando as patentes militares conquistadas no exército dos farrapos e atendeu o desejo de aumentar a taxação de produtos estrangeiros, tudo isso em função daquela região ser de importante estratégia para o Império Brasileiro.

ATIVIDADES

1 – Diante do que foi estudado sobre o período Regencial e as revoltas ocorridas no período, redija um texto explicando como a instabilidade política da época favoreceu a eclosão de conflitos em praticamente todas as regiões do território brasileiro. Analise as causas de todos os conflitos estudados e busque achar um denominador comum entre os movimentos.

RESPOSTA PESSOAL- Observe  com atenção o quadro sobre as revoltas regenciais e tire suas conclusões. O que essas revoltas têm de comum/igual?


Assista ao vídeo sobre as revoltas regenciais.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

PLANO DE ESTUDO TUTORADO 4 SEMANA 2 - 6º ANO

PLANO DE ESTUDO TUTORADO 4 SEMANA 2 - 6º ANO Unidade temática: Lógicas da organização política  Subtema: Surgimento e expansão do Islã     ...