quarta-feira, 8 de setembro de 2021

PLANO DE ESTUDO TUTORADO 3 SEMANA 4 - 8º ANO

 PLANO DE ESTUDO TUTORADO 3

SEMANA 4 - 8º ANO

Unidade temática: O Brasil no século XIX 

Subtema: Brasil Império : Segundo Reinado - 1º PARTE

                  

                                         O Segundo Reinado em resumo. 


O período da história brasileira que vai de 1840 a 1889 é conhecido como Segundo Reinado e é o momento em que o Brasil se consolida como nação. Nesse período, o regime político do país era a monarquia parlamentarista

Economicamente, o café adquire importância fundamental, sendo o produto principal na pauta de exportação. As primeiras ferrovias e os barcos a vapor melhoraram a circulação do chamado "ouro negro". Porém, em meio à prosperidade cafeeira, o Império se encontrava num dilema: a mão-de-obra de pessoas escravizadas. Desde o governo de Dom João VI, o país havia se comprometido a abolir a escravidão, mas os cafeicultores se opunham com veemência, pois isso lhes acarretariam perdas econômicas. A eliminação gradual do trabalho escravo foi a solução apontada. 

É também no Segundo Reinado que o Brasil protagoniza o maior conflito bélico da América do Sul: a Guerra do Paraguai.

O final do Império ocorreu com o golpe militar que proclamou a república em 15 de novembro de 1889. A monarquia brasileira não se sustenta no poder sem o apoio das elites rurais e do exército

A política do Segundo Reinado

Com o Golpe da Maioridade, em 1840, iniciou-se o segundo reinado brasileiro. No período anterior, o regencial, o país viveu uma série de guerras civis. Por isso, o Partido Liberal propôs a antecipação da maioridade do herdeiro do trono, Dom Pedro. Uma parcela dos políticos entendia que a falta de um governo central era um perigo para a unidade nacional.

Após a coroação de D. Pedro II, foram realizadas eleições. Essas eleições foram nomeadas pelos conservadores como “eleições do cacete” pela violência utilizada pelos liberais para alcançar a maioria na Câmara. Porém, em 1841, devido ao agravamento da Revolução Farroupilha, à pressão da Inglaterra pela extinção do tráfico negreiro e à violência nas eleições do ano anterior, os liberais foram substituídos pelos conservadores na formação de um novo ministério

Com a coroação de Dom Pedro II, a monarquia constitucional ficou marcada pela presença de dois partidos políticos: o Partido Liberal, cujos membros eram conhecidos como os “luzia”; e o Partido Conservador, cujos membros eram conhecidos como os “saquarema”. Os dois partidos, a rigor, defendiam as ideias de elite, como, por exemplo, a manutenção da escravidão. A diferença entre luzias e saquaremas se dava em relação ao poder central: com os liberais defendiam mais autonomia provincial e os conservadores defendiam mais centralização política

Em 1847, foi implantado o parlamentarismo no Brasil (conhecido como “Parlamentarismo às Avessas”). Aqui, o sistema funcionava diferente do praticado na Inglaterra. Na Inglaterra, o primeiro-ministro era o deputado do partido mais votado. No Brasil, o Presidente de Conselho (primeiro-ministro) era escolhido pelo Imperador, a partir de uma lista com três nomes. Vale lembrar que o imperador Dom Pedro também detinha o Poder Moderador. 

CHARGE RETRATANDO A ALTERNÂNCIA DE LIBERAIS E CONSERVADORES NO PODER 


Relações externas

Bill Aberdeen 

Com os adiamentos da decisão do governo imperial em proibir o tráfico de escravos, as autoridades britânicas decretaram a lei Bill Aberdeen, permitindo aos ingleses aprisionar navios que estivessem transportando africanos para o Brasil. Algumas apreensões foram feitas, abalando as relações entre as duas nações.

Questão Christie 

Em 1861, um navio inglês naufragou no Rio Grande do Sul e sua carga foi pilhada. William Christie, representante inglês no Brasil, exigiu uma indenização, desagradando o governo imperial. Para piorar a situação, logo em seguida, oficiais da marinha britânica, embriagados, foram presos por arruaça. Christie exigiu a imediata libertação dos oficiais além da punição dos responsáveis pela prisão. O imperador concordou, a princípio, em arcar com a indenização pelo saque do navio e ordenou a libertação dos marinheiros, mas se recusou a punir as autoridades brasileiras. Para arbitrar a questão diplomática envolvendo os dois países, Leopoldo I da Bélgica, que se manifestou a favor das atitudes do imperador Dom Pedro II, aconselhou o governo britânico a pedir desculpas ao Brasil, o que não ocorreu. Em 1863, as relações diplomáticas entre os dois países foram rompidas, apesar da manutenção dos contatos econômicos. Em 1865, entretanto, preocupada com a expansão paraguaia em territórios sul-americano, os ingleses buscaram aproximar-se do Brasil.

No período imperial, o controle sobre a foz do rio da Prata era vital para os interesses do Império brasileiro, cuja navegação, em época de péssimas condições de transporte e comunicações terrestres, facilitava o contato com as províncias do centro-oeste e sudeste do país. A ameaça de unificação política da região (como desejavam alguns grandes proprietários) e do surgimento de uma grande potência platina atemorizava os interesses nacionais. Por isso, a atitude do governo imperial foi a de impedir essa possibilidade, interferindo militarmente na região, sempre com o apoio da Inglaterra, que era contrária à ideia do desenvolvimento de uma rica nação que ameaçasse seus interesses econômicos

Sendo assim, em 1850, contra os interesses de Oribe (Uruguai) e Rosas (Argentina) de uma possível unificação das duas nações, o Brasil interferiu na região. Em 1864, o Império brasileiro interveio novamente na política uruguaia ao derrubar o presidente Aguirre

Mas, o principal conflito na região foi entre a Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai) contra o Paraguai. A Guerra do Paraguai, ocorrida entre 1865 e 1870, foi consequência direta do conflito anterior. O Paraguai era uma exceção na América Latina, pois sobrevivia economicamente sem a presença de capitais estrangeiros. Isso resultou no isolamento paraguaio em relação aos vizinhos, comprometidos com o capital inglês. Assim, em 1865, o Paraguai contava com eficiente sistema de comunicações e transportes e uma poderosa indústria de base e bélica. Essa privilegiada situação paraguaia incomodava aos ingleses, que temiam que o exemplo fosse seguido por outros países sul-americanos. No início da década de 1860, Francisco Solano López governava o Paraguai. Este manifestou sua oposição ao intervencionismo brasileiro no Uruguai, que culminou com a deposição do presidente Aguirre. Por isso ordenou a apreensão do navio brasileiro “Marquês de Olinda”, atacou a cidade de Dourados no Mato Grosso e ocupou parte do território da província. A reação brasileira veio em maio de 1865, com a formação da Tríplice Aliança. A vitória brasileira consolidou sua posição de potência no continente sul-americano. Porém, o preço dessa conquista foi o extermínio da população paraguaia e a aniquilação de sua promissora economia. Argentina e Uruguai, assim como o Brasil, acabaram por cair na esfera de dominação inglesa.


A guerra do Paraguai e suas diferentes versões

Mais de um século depois do fim do confronto, diferentes correntes historiográficas discorrem sobre o que de fato foi o estopim para que a guerra implodisse na América do Sul.A começar pelo nome do conflito, até hoje os Paraguaios costumam tratá-la como sendo a Guerra da Tríplice Aliança, em alusão a união que foi constituída nos trópicos pelo Brasil, Uruguai e Argentina. Já em terras tupiniquins, o termo mais usual para se referir ao conflito é Guerra do Paraguai.De 1990 para cá, a compreensão e a leitura do que de fato gerou o confronto mudou bastante em virtude do trabalho de historiadores brasileiros e uruguaios que tiveram acesso a um materiais que até então nunca haviam sido avaliados. Diante desse cenário, hoje é possível encontrar três versões historiográficas diferentes: a tradicional, a revisionista e a neo-revisionista.

* Tradicional - Esta versão muito popular até a década de 1960, tratava a guerra de uma forma bastante simplória, resumindo todo o conflito ao desejo expansionista territorial do ditador Solano Lopez, desprezando outros fatos e eventos importantes ocorridos neste período.

* Revisionista - Antes da guerra o Paraguai era tido como uma potência econômica da região – essa versão foi desmentida também posteriormente com estes novos documentos – o que incomodava de certa maneira os ingleses, os quais por causa desses fatores econômicos, teriam agido em conluio com os brasileiros e argentinos para que estes declaram guerra ao Paraguai.Essa versão predominou no Brasil dos anos 1960 até meados da década de 1990.

* Neo-Revisionista -Esta versão do conflito trata da perspectiva de que a guerra ocorrera por conflitos regionais, pela livre navegação no Rio Paraguai além da delimitação de territórios entre os países, visto que na segunda metade do século XIX o Paraguai buscava legitimar o posto de terceira potência – o Brasil e a Argentina eram as outras duas – do continente sul americano.


1-  Explique, com suas palavras, a seguinte frase: “Nada mais conservador do que um liberal no poder”.

RESPOSTA PESSOAL- Leia com atenção o item “ A política no Segundo  Reinado”, com destaque as palavras em negrito.  


2 - (UFRRJ) “Ora, diz-se: não é isto uma farsa? Não é isto um verdadeiro absolutismo, no estado em que se acham as eleições no nosso país? O poder moderador pode chamar a quem quiser para organizar ministérios; esta pessoa faz a eleição porque há de fazê-la; esta eleição faz a maioria. Eis, aí está o sistema representativo do nosso país!” (Nabuco de Araújo, discurso ao Senado (17/07/1868), citado no Manifesto Republicano de 1870.) 

Tido como ponto de partida para o movimento de 15/11/1889, o Manifesto, em sua crítica ao funcionamento das instituições políticas do Império, questiona o Poder Moderador e o sistema parlamentar vigente na época.

a) Aponte o responsável pelo exercício do Poder Moderador, segundo a Constituição de 1824.

RESPOSTA PESSOAL - Retorne ao PET 3 semana 2 se necessário.


b) Explique, a partir do texto, o porquê de diversos historiadores considerarem o sistema parlamentar brasileiro, de então, um “parlamentarismo às avessas’’.

RESPOSTA PESSOAL- Leia com atenção o item “ A política no Segundo  Reinado”, com destaque as palavras em negrito.  


3 - Faça uma pesquisa no seu livro didático e/ou em sítios da internet e escreva, resumidamente, as três versões interpretativas sobre as razões para a ocorrência da Guerra do Paraguai.

RESPOSTA PESSOAL - Leia com atenção o item que acrescentei ao texto “ A Guerra do Paraguai e suas diferentes versões “ ou vá ao link que retirei a informação.

https://www.politize.com.br/guerra-do-paraguai/ 


4 - (Unitau - adaptada) A partir do golpe da maioridade, em 1840, a vida partidária brasileira resumiu-se a dois partidos: o antes partido progressista passou a chamar-se partido liberal e o regressista passou a chamar-se partido conservador. Pode-se considerar como característica desses partidos:

a) Os partidos do império sempre tiveram plataformas políticas bem definidas.

b) As divergências entre as várias classes da sociedade brasileira estavam representadas nos programas partidários.

c) Do ponto de vista ideológico, não havia diferenças entre os liberais e conservadores, pois eram “farinha do mesmo saco”.

d) Os conservadores sempre estiveram no poder e os liberais sempre estiveram na oposição.



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