PLANO DE ESTUDO TUTORADO 5º VOLUME
Semana 4
História 8º ano
Unidade temática: O Brasil no século XIX
Subtema:As revoltas no período regencial
PERÍODO
REGENCIAL, PERÍODO DE INSURGÊNCIA
A Regência Una de Feijó foi marcada pela
incapacidade do regente em resolver as tensões sociais que dividiam a sociedade
do recém formado Estado Brasileiro. As elites locais, desejosas de manter a
autonomia conquistada no processo de independência e nos primeiros anos de regência,
aproveitaram a fragilidade governamental do Estado para promover rebeliões,
algumas separatistas, visando exercer governos locais que beneficiassem seus
interesses políticos e comerciais. Em outros casos, grupos sociais que passaram
anos massacrados por um sistema opressor, buscavam reconhecimento de seus
desejos de autonomia dentro desta sociedade.
Em 1837, na província da Bahia, o médico e
jornalista Francisco Sabino liderou
um grupo descontente de militares, profissionais liberais, comerciantes,
populares e negros livres. Os revoltosos não aceitavam a falta de autonomia
comercial da província baiana com o fato dos postos administrativos mais
importantes serem indicações do Governo Central. Em 6 de novembro de 1837,
rebeldes ocupam o Forte de São Pedro e declaram o rompimento com o Governo
Central no Rio de Janeiro. Foi decretada a República da Bahia até a maioridade
de D. Pedro II, datada para 1844. Entretanto, a reação violenta do Governo
Central no ano seguinte, resultou em mais de 2 mil mortos e à prisão dos seus
líderes, sufocando o movimento. Este movimento recebeu o nome de Sabinada.Note que não desejavam
separação definitiva do Brasil e sim o rompimento com o Governo Regencial.
Em 1835, também na cidade de Salvador, uma
revolta de escravizados escancarou o problema gerado pela manutenção da
mão-de-obra escrava no Brasil. A chamada Revolta
dos Malês, organizada por cerca de 600 negros escravizados declarados como
muçulmanos (malês, no idioma iorubá), buscou libertar escravos nas proximidades
da cidade, matando algozes ou seus traidores. O objetivo mais amplo era acabar
com a escravidão no Brasil, mas apesar do forte idealismo, a Revolta foi
sufocada pelas tropas do governo.
No Maranhão em 1838, um movimento liderado
pelo artesão Manuel Francisco dos Anjos
Ferreira, o Balaio, buscou acabar com a opressão imposta pelos grandes
fazendeiros da região, responsáveis por um sistema que deixou grande parte da
população na mais profunda miséria. Na Balaiada,
como ficou conhecida, artesãos, vaqueiros, escravizados, camponeses que tomaram
o poder central e decretaram a expulsão dos portugueses da região. Com ajuda de
tropas do Rio de Janeiro, o governo maranhense combateu violentamente os
revoltosos e sufocaram o movimento em 1841, deixando um saldo de 12 mil mortos,
entre camponeses e escravizados.
Na província do Grão-Pará, havia um
descontentamento por parte da sociedade local contra a presença de portugueses
nos mais altos cargos públicos desde o Primeiro Reinado. Os comerciantes locais
buscavam livrar-se do controle imposto pelos comerciantes portugueses, que por
controlar a administração local, impediam o crescimento econômico dos nativos.
O abismo social existente na região, onde uma parcela de ricos comerciantes
contrastava com uma massa gigantesca de camponeses e indígenas que viviam com
condições de miséria extrema, foi outro fator determinante para a deflagração
do movimento da Cabanagem, liderada
pela população mais pobre residente em cabanas às margens dos grandes rios.
Entre 1835 e 1840, grupos de rebeldes combatiam tropas governamentais pelo
poder na província, terminando com a vitória do Governo e deixando um resultado
estimado de 30 mil mortos.
Outro pequeno movimento de contestação ao
domínio dos comerciantes portugueses na sociedade local ocorreu em Cuiabá, Mato
Grosso, em 1.834. Comerciantes locais reivindicam maior autonomia na província
e passaram a realizar saques e assassinar portugueses, tomando o poder na
região por três meses. Entretanto, o movimento foi reprimido e seus líderes
presos no que foi chamada de Rusgas
Cuiabanas.
A
mais duradoura rebelião regencial ocorreu na região Sul e recebeu o nome de Guerra dos Farrapos ou Revolução
Farroupilha. Naquela época, estancieiros (fazendeiros) locais tinham como
atividade econômica a criação de gado para a produção de charque. Como tinham relacionamento estreito com comunidades do
Uruguai, onde possuíam grandes propriedade de terra, os estancieiros pediam ao
Governo Central a livre circulação de mercadorias e gado entre os dois países,
facilitando o transporte de seus produtos. Em contrapartida, pediam o aumento
da taxação de produtos vindos da Argentina, pois a taxa cobrada deixava o
produto brasileiro com o valor mais alto do que os produtos importados.
A revolução começa quando o estancieiro
Bento Gonçalves depõe o Governador da província, assumindo o controle
governamental. Três anos mais tarde, os rebeldes declaram a República de Piratini, uma nação
separada do Brasil e foram seguidos por estancieiros de Santa Catarina,
proclamando a República Juliana, com
a liderança do italiano Giuseppe
Garibaldi. Tropas governamentais partidas do Rio de Janeiro foram enviadas
para sufocar o movimento travando batalhas que durariam 10 anos e um número
elevado de mortes. Ao fim do movimento, Luís
Alves de Lima e Silva, o Barão de Caxias, que futuramente foi chamado de Duque de Caxias, liderou um exército de
12 mil homens e venceram os farrapos. Apesar de serem separatistas e
persistirem por uma década, o Governo Imperial anistiou os revoltosos,
respeitando as patentes militares conquistadas no exército dos farrapos e atendeu
o desejo de aumentar a taxação de produtos estrangeiros, tudo isso em função
daquela região ser de importante estratégia para o Império Brasileiro.
ATIVIDADES
1 – Diante do que foi estudado sobre o período Regencial e as revoltas ocorridas no período, redija um texto explicando como a instabilidade política da época favoreceu a eclosão de conflitos em praticamente todas as regiões do território brasileiro. Analise as causas de todos os conflitos estudados e busque achar um denominador comum entre os movimentos.
RESPOSTA PESSOAL- Observe com atenção
o quadro sobre as revoltas regenciais e tire suas conclusões. O que essas
revoltas têm de comum/igual?
Assista ao vídeo sobre as revoltas
regenciais.