terça-feira, 24 de novembro de 2020

Plano de estudo tutorado volume 6 - semana 4 _ 8º ano

PLANO DE ESTUDO TUTORADO 6º VOLUME

Semana 4  História 8º ano

Unidade temática: O Brasil no século XIX

Subtema: O fim da escravidão no Brasil

                                    Liberdade, Liberdade!

   Por mais de 300 anos a famigerada prática de escravizar seres humanos foi um negócio extremamente lucrativo no Brasil. Entretanto, no século XIX, o país era um dos poucos a manter essa prática desumana de sistema de trabalho e começou a sofrer forte pressão inglesa para extingui-la. Importante lembrar que a passagem do século XVIII para o XIX foi marcada pela disseminação do iluminismo na América, alimentando um forte desejo abolicionista em parte das sociedades.

   No Brasil, que após a independência resolveu manter o sistema escravocrata, os imperadores, sobretudo D. Pedro II, passou a sofrer uma intensa pressão da Inglaterra para acabar com o sistema escravocrata, uma vez que os ingleses já haviam abolido essa prática e passaram a usar sua força política para forçar outros países, dependentes de sua economia, a fazer o mesmo. A teoria mais aceita sobre o motivo da Inglaterra em acabar com a escravidão no Atlântico, sobretudo Brasil, era o interesse econômico em aumentar seu mercado consumidor, uma vez que sua crescente produção industrial necessitava de mais compradores. O fim da escravidão no Brasil iria favorecer a contratação de assalariados, possíveis consumidores dos produtos ingleses.

   A economia brasileira focada na produção cafeeira com mão-de-obra escrava dependia deste sistema, fazendo com que suas lideranças ignorassem a pressão inglesa para acabar com a escravidão.

    A resposta inglesa veio com a aprovação da lei Bill Aberdeen em 1.845, autorizando a Marinha da Inglaterra a apreender quaisquer navios negreiros no Oceano Atlântico. Num período de dois anos (1849-1851), cerca de 90 navios foram apreendidos, causando a revolta na sociedade escravocrata brasileira, deteriorando a relação entre os dois países.

     No entanto, ciente que não poderia enfrentar o poderio inglês, foi aprovada no brasil em 1850 a Lei Eusébio de Queiroz, determinando o fim do tráfico negreiro internacional para o Brasil. A solução encontrada pelos grandes fazendeiros foi aumentar o tráfico interno de escravos.

     Em 1871 foi aprovada no Brasil a Lei do Ventre-Livre, declarando que filhos de mulheres escravizadas que nascessem a partir desta data eram considerados livres. No entanto, a criança ficaria com a mãe (escrava) até completar 8 anos e só assim, mediante uma indenização do Estado, poderiam ser libertadas. Sem a indenização, o fazendeiro poderia exigir a permanência da criança em seu poder até a idade de 21 anos.

     Em 1885 foi aprovada a Lei dos Sexagenários, libertando qualquer escravizado que completasse a idade de 60 anos, ficando este a trabalhar mais três anos para o fazendeiro como indenização. Os senhores de escravos consideravam um bom negócio, visto que a grande maioria dos escravizados não chegavam a esta idade e se chegassem, eram considerados improdutivos.

     Na década de 80 do século XIX, setores abolicionistas da sociedade brasileira passaram a exercer forte pressão para o fim da escravidão. Fugas eram promovidas, quilombos eram fortificados, deixando grande parte dos fazendeiros em situação delicada mediante os desejos abolicionistas.

     No dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel, provisoriamente no poder, assinou a Lei Áurea, determinando o fim da escravidão no Brasil. O que poderia representar uma grande catástrofe à produção agrícola brasileira, a abolição não modificou de imediato as relações entre escravizados e fazendeiros num primeiro momento. Uma vez libertos e sem direito a indenização, os escravizados não tinham garantia de sustento se deixassem suas fazendas, fazendo com que muitos decidissem permanecer nas terras dos senhores em sistema similar de trabalho. Em outros casos, os recém libertos entravam em acordo com os senhores para continuar trabalhando nas fazendas em troca de algum sustento e nas áreas urbanas, especialmente Rio de Janeiro e São Paulo, buscavam algum sustento realizando serviços considerados perigosos para a elite dominante. O que podemos afirmar é que a Lei Áurea foi um grande alento aos humanos escravizados, uma vez que lhes concedia o direito inalienável de serem, livres, mas não resolveu o grave problema do preconceito racial da elite branca dominante, determinando para os recém libertos serviços considerados aviltantes e precárias moradias em cortiços, onde era comum a proliferação de doenças. A abolição não resolveu o problema do preconceito.

ATIVIDADE 1 - De acordo com o texto, qual a teoria mais aceita sobre os motivos do interesse inglês em extinguir a escravidão no Brasil?

RESPOSTA PESSOAL- Leia o texto com atenção. Preste atenção nas palavras em negrito.

ATIVIDADE 2 – Explique as leis criadas ao longo do século XIX que determinaram o processo gradual de abolição?

RESPOSTA PESSOAL- Leia o texto com atenção. Preste atenção nas palavras em negrito.

ATIVIDADE 3 – Na sua opinião, a abolição resolveu definitivamente o processo de discriminação das pessoas negras na sociedade brasileira?

RESPOSTA PESSOAL- Leia o texto com atenção. Preste atenção nas palavras em negrito.

Assista ao vídeo sobre o fim da escravidão no Brasil



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