segunda-feira, 1 de junho de 2020

Plano de estudo tutorado semana 3 - 8º ano

PLANO DE ESTUDO TUTORADO

SEMANA 3 - 8º ANO

Unidade temática: O mundo contemporâneo: o Antigo Regime em crise

Subtema: Revolução industrial                                                         

                                                       REVOUÇAO INDUSTRIAL

    A primeira revolução industrial surgiu na Europa no século XVIII. Teve como ponto marcante a mudança no processo de produção. Antes, o trabalho era artesanal, desenvolvido por artesãos em suas casas e, após algum tempo, passou para o trabalho assalariado e com o uso das máquinas realizado nas fábricas. 

    Antes do surgimento das máquinas, a forma de produção da época era inteiramente manual, realizada pelos artesãos. Ainda sem a implantação das fábricas, o trabalhador realizava os serviços em casa com a ajuda da família. Nesse momento não existia divisão do trabalho, ou seja, ele participava de todo processo de produção, desde a matéria-prima até a venda. 

    Na passagem entre o artesanato e a maquinofatura está a manufatura, que ainda contava com o artesão, mas nessa fase existia uma diferença: passa a existir a divisão do trabalho. Na manufatura, o artesão realiza uma parte do trabalho, mas não a etapa completa. O trabalhador passa a ser contratado por um comerciante e recebe uma remuneração por uma parte do produto que produziu. 

     Com a chegada das máquinas a vapor, o trabalho não é mais realizado na casa dos artesãos, e sim nas fábricas, sob a supervisão dos burgueses, os quais passaram a receber todos os lucros. Com isto, o artesão, que não assume todas as etapas de produção, passa a vender sua mão de obra para sua sobrevivência. O trabalho dele se transforma, portanto, em uma mercadoria. 

     A intenção de inventar as máquinas, a princípio, foi para economizar o tempo do trabalho executado pelos artesãos, que perdiam muito tempo realizando todas as etapas de produção. As primeiras máquinas a vapor, construídas na Inglaterra durante o século XVIII, tinham como principal característica o aumento da produção de mercadorias. Consequentemente, a economia também crescia. Os empresários passaram a acompanhar de perto as produções em larga escala, viram as vantagens da implantação das máquinas e começaram a investir. Com os progressos, as fábricas começaram a se espalhar pela Inglaterra gerando muitas mudanças. 

      A Revolução Industrial despontou pioneiramente, na segunda metade do século XVIII, na Inglaterra e gradativamente foi espalhando-se pela Europa e, em seguida para todo o mundo. Mas por que necessariamente isso ocorreu na Inglaterra? A resposta para isso é encontrada um pouco no acaso e um pouco na própria história inglesa.

     Primeiro, o desenvolvimento tecnológico e industrial que aconteceu na Inglaterra só foi possível pelo estabelecimento precoce da burguesia (proprietários do capital, ou seja, comerciantes, industriais, proprietários de terras, de imóveis, os possuidores de riquezas e dos meios de produção) no poder inglês. Isso porque a Inglaterra foi o primeiro país absolutista a passar por uma revolução burguesa — a Revolução Gloriosa, que garantiu o desenvolvimento da economia inglesa. Com essa revolução, o país converteu-se em uma monarquia constitucional parlamentarista, na qual o poder dos reis estava submetido ao Parlamento. Desse modo, a burguesia, consolidada no poder, começou a tomar medidas que a fortaleciam e atendiam seus interesses economicamente. Inicialmente foi através dos Atos de Navegação — uma lei que determinava que as mercadorias compradas e vendidas pela Inglaterra só seriam transportadas por embarcações inglesas. Isso alterou as rotas marítimas inglesas e transformou o país na maior potência comercial do mundo, dando início ao processo de acumulação de capital no país. Esse capital excedente foi utilizado no desenvolvimento das máquinas, tempos depois. A burguesa inglesa era muito rica e durante muitos anos continuou ampliando seus negócios de várias maneiras: financiando ataques piratas (corsários), traficando escravos, emprestando dinheiro a juros, pagando baixos salários aos artesãos que trabalhavam nas manufaturas, vencendo guerras, impondo tratados a países mais fracos

       Além do capital para investir no desenvolvimento industrial, era necessário também que houvesse grande quantidade de mão de obra para trabalhar nas indústrias. Acontece que a Inglaterra do século XVIII tinha essa mão de obra, fruto dos cercamentos que forçaram os camponeses ingleses a mudarem-se para as cidades inglesas. A Lei dos Cercamentos permitia que as terras comuns utilizadas pelos camponeses fossem cercadas e transformadas em pasto para a criação de ovelhas. Isso resultou na expulsão dos camponeses de suas terras, uma vez que essas estavam sendo transformadas em pasto e esses não tinham mais como sobreviver no campo. Assim, os camponeses eram obrigados a irem para o único lugar onde poderiam obter um sustento: as cidades. Lá, tornaram-se mão de obra que alimentava as indústrias, e essa grande disponibilidade dava aos patrões um poder de pressão sobre o salário dos trabalhadores. A adesão dos trabalhadores às indústrias ocorreu de maneira massiva também por uma lei inglesa que proibia as pessoas de “vadiagem”. Assim, pessoas que foram pegas vagando pelas ruas sem emprego poderiam ser punidas com castigos físicos e até mesmo com a morte, caso fossem reincidentes. Vários camponeses foram trabalhar nas fábricas e formaram uma nova classe social: o proletariado.

        Por último, mas não menos importante, é necessário destacar que a Inglaterra possuía uma grande reserva exatamente das duas matérias-primas mais importantes para o desenvolvimento industrial naquele momento: carvão e ferro. Essas matérias eram essenciais para a construção das máquinas e para seu funcionamento (à base do vapor da água). Além de possuir grandes reservas de carvão, as jazidas inglesas estão situadas perto de portos importantes, o que facilita o transporte e a instalação de indústrias baseadas em carvão.

       O início da Revolução Industrial ocorreu pelo desenvolvimento da máquina a vapor, que aproveita o vapor da água aquecida pelo carvão para produzir energia e revertê-la em força para mover as máquinas. As primeiras máquinas que surgiram voltavam-se, principalmente, para atender as necessidades do mercado têxtil da Inglaterra. Sendo assim, grande parte das primeiras máquinas criadas veio com o objetivo de facilitar o processo de produção de roupas. Essas máquinas teciam fios em uma velocidade muito maior que a do processo manual.

Com o tempo e à medida que os grandes capitalistas foram enriquecendo, o lucro de suas indústrias começou a ser revertido em investimento para o desenvolvimento das estradas de ferro, por exemplo. O surgimento da locomotiva e da estrada de ferro permitiu que as mercadorias pudessem ser transportadas com maior rapidez e em maior quantidade. Isso aconteceu porque o lucro da indústria inglesa era tão alto que permitiu a diversificação dos investimentos em outros segmentos como na agricultura.

       A Revolução Industrial causou profundas transformações no mundo, e uma dessas transformações deu-se no estilo de vida dos trabalhadores. Utilizando como base o salário de um artesão que trabalhava na cidade de Bolton (cidade inglesa próxima à Manchester), em 1795 (no começo da Revolução Industrial), o salário médio era de 33 shillings. Em 1815, esse salário já havia caído para 14 shillings, e, entre 1829-1834, ele já era inferior a 6 shillings.Esse processo de quedas salariais aconteceu em toda Inglaterra e espalhou-se pela Europa na medida em que ela industrializou-se.

       Além do salário extremamente baixo, os trabalhadores eram obrigados a aceitar uma carga de trabalho excessivamente elevada que, em alguns casos, chegava a 16 horas diárias de trabalho, das quais o trabalhador só tinha 30 minutos para almoçar. Essa jornada era particularmente cruel porque todos aqueles que não a aguentassem eram prontamente substituídos por outros trabalhadores. O trabalho, além de cansativo, era perigoso, pois não havia nada que protegesse os trabalhadores, e eram comuns os acidentes que os faziam perder os dedos ou mesmo a mão em casos mais graves. Os afastados por problema de saúde não recebiam, pois o salário só era pago para aqueles que trabalhavam. Os que ficavam fisicamente incapacitados de exercer o serviço eram demitidos e outros trabalhadores contratados. Na questão salarial, mulheres e crianças também trabalhavam e seus salários eram, pelo menos, 50% menores do que os dos homens adultos. Muitos patrões preferiam contratar somente mulheres e crianças porque o salário era menor (e, por conseguinte, seu lucro maior) e essas eram mais sujeitas a obedecerem às ordens, sem se rebelarem.

         Esse quadro de extrema exploração dos trabalhadores fez com que esses se mobilizassem em prol de melhorias de sua situação. Assim, foram criadas as organizações de trabalhadores, conhecidas no Brasil como sindicatos e na Inglaterra como trade union. As maiores reivindicações dos trabalhadores eram melhorias no salário e redução da carga de trabalho.A mobilização dos trabalhadores deu surgimento a dois grandes movimentos, na primeira metade do século XIX, na Inglaterra, que são o ludismo e o cartismo.

        O primeiro atuou no período entre os anos de 1811 e 1816 e ficou marcado pela mobilização de trabalhadores para invadir as fábricas e destruir as máquinas. Os adeptos do ludismo acreditavam que as máquinas estavam roubando os empregos dos homens e, assim, era necessário destruí-las. A repressão das autoridades inglesas sobre o ludismo foi duríssima, e o movimento teve atuação muito curta.

       O segundo surgiu na década de 1830 e mobilizou trabalhadores para lutar por direitos trabalhistas e também por direitos políticos. Os cartistas tinham como uma de suas principais exigências o sufrágio universal masculino, isto é, exigiam que todos os homens tivessem direito ao voto. Além disso, reivindicavam que a classe trabalhadora tivesse representação no Parlamento.

       Os protestos de trabalhadores na Inglaterra resultaram em algumas melhorias para essa classe, e essas melhorias foram obtidas, principalmente, por meio da greve. Um dos grandes ganhos dos movimentos de trabalhadores na Inglaterra foi conquistar a redução da jornada de trabalho para 10 horas por dia.

       A revolução Industrial mudou a vida da humanidade. A vida nas cidades se tornou mais importante que a vida no campo e isso trouxeram muitas consequências: nas cidades os habitantes e trabalhadores moravam em condições precárias e conviviam diariamente com a falta de higiene, isso sem contar com o constante medo do desemprego e da miséria. Por um outro lado, a Revolução Industrial estimulou os pesquisadores, engenheiros e inventores a aperfeiçoar a indústria. Isso fez com que surgissem novas tecnologias: locomotivas a vapor, barcos a vapor, telégrafo e a fotografia.

ATIVIDADE 1 - Antes da existência das máquinas, a maioria das pessoas vivia no campo. Seus utensílios, ferramentas e roupas eram produzidas pelas próprias pessoas ou pelos artesãos. Imagine como sua vida se não existissem as máquinas?

RESPOSTA PESSOAL. Como estaria nossa vida durante esta pandemia se não fosse a tecnologia? Como teríamos acesso às informações? Como iríamos divertir? Como iríamos comunicar?

ATIVIDADE 2 - O principal reflexo da revolução foi a transformação nas condições de vida nos países industriais em relação aos outros países da época, havendo uma mudança das necessidades de consumo da população conforme novas mercadorias foram sendo produzidas. Veja nesta imagem como era uma indústria têxtil que funcionava na Inglaterra nos séculos XVIII e XIX.


Complete corretamente a frase sobre a Revolução Industrial, usando as palavras abaixo:

relações – produção – máquinas- trabalho –custo -ferramentas.

A substituição das ferramentas  pelas máquinas ,permitiu uma maior produção , gerando novas relações de

trabalho e produzindo com menos custo.

ATIVIDADE 3 - A Revolução Industrial mudou radicalmente a vida de todos nós! Observe as imagens e responda.


 
                                                                           

a) Você acha que o nosso país investe em tecnologia?

RESPOSTA PESSOAL. A tecnologia que utilizamos é criada no Brasil ou vem de fora ( China, Estados Unidos, Europa , Japão). Os governos valorizam a ciência que é a fonte das pesquisas tecnológicas?

b) As novas tecnologias trazem benefícios para todos de forma igualitária?

RESPOSTA PESSOAL. Todas as pessoas têm acesso às novas tecnologias? Será que um jovem do meio rural do norte de Minas, que os pais são trabalhadores rurais, tem os mesmos recursos que você?

c) Quais os impactos ambientais dessas novas tecnologias?

RESPOSTA PESSOAL. Hoje tudo é descartável, isso gera consequências ao meio ambiente?



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