quinta-feira, 21 de outubro de 2021

PLANO DE ESTUDO TUTORADO 4 SEMANA 1- 8º ANO

 PLANO DE ESTUDO TUTORADO 4

SEMANA 1 - 8º ANO

Unidade temática: O Brasil no século XIX

Subtema: Imigração no Segundo Reinado

 

                Políticas imigratórias para o Brasil e o “branqueamento” do império.


A construção da nação brasileira, após a invasão portuguesa no início do século XVI, se deu em quatro mãos: trabalhadores e trabalhadoras indígenas e africanos (as) foram explorados(as) no modelo que dava privilégios à população branca e reproduzia o sistema de privilégios do período moderno europeu.

O território chamado de Brasil se tornou emancipado politicamente de Portugal em 1822 e, a partir daí, se constituiu o Império brasileiro. A monarquia brasileira sobreviveu até 15 de novembro de 1889, quando foi destituída pelos militares.

Um dos pilares da colonização que se manteve durante o Império foi a escravidão. Tida como essencial e garantidora dos privilégios, principalmente da população descendente de portugueses, a escravidão passa a ser combatida, no século XIX, devido às mudanças econômicas advindas da Revolução Industrial.

Já em 1831, a Inglaterra, nação que encabeçou a luta abolicionista no ocidente, pressiona o então imperador D. Pedro I a tomar medidas como reduzir e eliminar o tráfico e uso de africanos (as) escravizados (as). Pouco depois de sua abdicação, foi promulgada a lei que proibia o tráfico transatlântico de escravizados (as) -Lei Feijó, de 7 de novembro de 1831. Porém, a falta de fiscalização fez a lei não ser cumprida. Ou seja, a lei para inglês ver.

Os ingleses, interessados nas populações africanas como mão de obra e mercado consumidor, e imbuídos das justificativas da “missão civilizadora”: as populações europeias (brancas, cristãs e industriais) deveriam levar seu modelo civilizatório para as demais regiões do planeta, onde habitavam povos bárbaros e primitivos, passaram a difundir a ideologia da superioridade racial branca como justificativa à expansão e expropriação neocoloniais.

Posto isso, se justifica o aumento das pressões inglesas acerca da manutenção e crescimento da escravização de africanos (as) na crescente lavoura cafeeira. Em meados de 1850, o governo do imperador Dom Pedro II aprovou a Lei Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfico de pessoas escravizadas para o Brasil. Meses depois foi aprovada a Lei de Terras, que permitia o acesso às propriedades territoriais somente pela compra. O acesso somente pela compra elevou a concentração fundiária no Brasil e impossibilitou ex-escravos (as), brancos pobres e imigrantes a ter acesso a terra, garantindo, dessa forma, mão de obra para os cafezais que não poderiam contar mais com escravizados (as) forçados (as) a atravessar o Atlântico e trabalharem no Brasil.

A proibição de trazer novas pessoas escravizadas ia de encontro, também, com duas questões:

1) o excesso populacional na Europa. Várias nações europeias, devido à industrialização, tinham enorme contingente populacional ocioso, que necessitava ser transferido para outros continentes de forma a evitar convulsões sociais;

2) o grande contingente de negros(as) e descendentes tornava o poder da elite branca brasileira cada vez mais frágil, com possibilidades de revoltas. Logo, trazer imigrantes europeus solucionava essas duas questões: desafogava a tensão social na Europa e aumentava a presença de brancos (as) na formação da população brasileira, esvaziando o movimento por liberdade e igualdade de negros (as) e pardos (as).

Mesmo antes da proibição definitiva do tráfico, algumas ações de incentivo à imigração europeia para fazendas cafeeiras no sudeste brasileiro começaram a ocorrer. Uma das primeiras ações foi o sistema de parceria. Por esse sistema, cada família imigrada da Europa era responsável por certo número de pés de café e por um roçado de subsistência. Os lucros eram divididos entre o fazendeiro e as famílias imigradas.

Logo, a situação dessas famílias foi se tornando insustentável: dívidas da viagem, de compras de alimentos e ferramentas, trabalho pesado na lavoura, maus-tratos. Alguns imigrantes chegaram a se rebelar e o governo da Alemanha chegou a proibir a imigração de sua população pobre e ociosa para o Brasil devido às condições semelhantes à escravidão dos(as) negros(as).

Para evitar a falta de mão de obra, o governo imperial passou a subsidiar a imigração. Através da política de imigração subvencionada, o governo brasileiro custeava o translado das famílias europeias interessadas em imigrar para o Brasil e os auxiliava na negociação dos contratos de trabalho com as fazendas cafeeiras. 

Ao governo brasileiro também interessava a consolidação das fronteiras do país, principalmente na região sul, onde alguns conflitos com as nações vizinhas ocorreram. Dessa forma, o governo imperial oferecia lotes de terras a quem desejasse plantar. Alemães, ucranianos, poloneses, russos, por exemplo, foram para essa região em busca do sonho da terra própria.

Para preencher os postos de trabalho nas principais cidades do império, imigrantes espanhóis e portugueses eram os preferidos dos contratantes. Esse processo imigratório, associado aos ideais de superioridade racial branco, permitiu a “aplicação” de uma “política de miscigenação” (misturar negros[as], pardos[as], indígenas com brancos[as]), baseada no conceito eugênico de que “raças superiores”, ao cruzar com “raças inferiores” iam transmitindo suas características “positivas” e selecionando, dessa forma, os mais aptos (darwinismo social).

ATIVIDADES 

1 – Leia o texto:

 “No século XIX, as referências ao trabalho livre no setor de exportação tornam-se mais frequentes. O trabalhador livre continua em destaque nos cargos de confiança, como feitor ou transportador. Também era comum usar o trabalhador livre nacional, chamado ‘camarada’, para tarefas perigosas, como o desbravamento da mata, em que um acidente poderia acarretar despesas inconvenientes se o acidentado representasse um investimento para o fazendeiro, como teria sido o caso com escravos ou com imigrantes de passagens custeadas. Serviços de baixa rentabilidade também se encontram entre as tarefas dos trabalhadores livres.A esses tipos de trabalhadores livres devem-se acrescentar os moradores e agregados, que ganhavam direito de usufruir a terra alheia em troca de seu trabalho ou de uma porção dos frutos de seu trabalho naquela terra. Essa gente constituía uma mão de obra para uso eventual durante épocas de maior atividade, como a safra, e também fornecia produtos de consumo para a fazenda”. EISENBERG, Peter. Homens esquecidos. Campinas: Ed. da Unicamp, 1989. p. 228-9. Quem era o trabalhador livre nacional no Brasil Império e quais as principais funções desempenhadas por esses trabalhadores?

RESPOSTA PESSOAL- Leia com atenção o texto da questão com destaque as  palavras em negrito 

 

2 – (FUVEST 2009 - adaptada) A imigração de italianos (desde o final do século XIX) e a de japoneses (desde o início do século XX), no Brasil, estão associadas a:

A) uma política nacional de atração de mão-de-obra para a lavoura e às transformações sociais provocadas pelo capitalismo na Itália e no Japão. 

B) uma demanda de mão-de-obra para a indústria e às pressões políticas dos fazendeiros do sudeste do país. 

C) acordos internacionais que proibiram o tráfico de escravos e à política interna de embranquecimento da população brasileira. 

D) acordos internacionais que proibiram o tráfico de escravos e á politica interna de embranquecimento da populçao brasileira.


3 – (Fatec - adaptada) Em 4 de setembro de 1850, foi sancionada no Brasil a Lei Eusébio de Queirós (ministro da Justiça), que aboliu o tráfico negreiro em nosso país. Em decorrência dessa lei, o governo imperial brasileiro aprovou outra, “a Lei de Terras”. Entre as alternativas a seguir, assinale a correta. 

A) A Lei de Terras facilitava a ocupação de propriedades pelos imigrantes que passaram a chegar ao Brasil. 

B) A Lei de Terras dificultou a posse das terras pelos imigrantes, mas facilitou aos negros libertos o acesso a elas. 

C) O governo imperial, temendo o controle das terras pelos coronéis, inspirou-se no “Act Homestead” americano para realizar uma distribuição de terras aos camponeses mais pobres. 

D) A Lei de Terras visava a aumentar o valor das terras e obrigar os imigrantes a vender sua força de trabalho para os cafeicultores


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