Unidade temática: Tempo, espaço e formas de registros
Subtema: Mudanças e permanências
Estudamos em sala de aula que História estuda o passado, para entender o presente e mudar ou não nossas ações para que possamos ter um futuro melhor. Dê como exemplo a situação dos negros e mulheres na sociedade brasileira atual. Por inúmeras razões históricas esses dois grupos sofrem discriminações, então o que podemos fazer para mudar isso? Muitas são as discussões sobre o tema. E a luta vai ser longa.
Mas vamos para questões mais simples do dia a dia , abaixo segue um texto sobre a infância nos anos 1960 e 1970.
A infância nos anos 60 e 70
Cai uma chuva torrencial lá fora. Da janela do apartamento vejo a água correndo, carregando montanhas de lixo. Por um instante fiquei lembrando-se de minha infância, em Rio Claro, nos anos 60 e 70. Chuva era sinônimo de diversão! Andar de bicicleta sentindo a chuva bater forte no rosto, brincar na enxurrada – correndo na água ou soltando barquinhos de papel. Quem foi criança nos anos 60 e 70, sabia o que era brincar, sim senhor!
Tudo muito simples – latinhas, pneus velhos, jornais, folhas usadas de caderno – e brincadeiras aconteciam. Uma latinha com água, um talo de mamona (ou pedaço de mangueira de jardim) e sabão em pó. Pronto! Estava pronta a brincadeira. Era só enfiar o canudo na água ensaboada e soprar. Dezenas de bolinhas transparentes bailavam no ar até estourar. Confesso que, por diversas vezes, engoli a água com sabão. Fazíamos competições – quem fazia a bolha maior? Naquela época era simples fazer uma criança feliz!Tudo se transformava em brinquedo ou brincadeira, graças a nossa criatividade. Diversão garantida por um longo período. Gosto de lembrar isso tudo não com melancolia, mas com aquele sabor de nostalgia, de saudade. Sem lamentar a infância pobre, com poucos recursos…
Tive muitos amigos, brincávamos juntos (meninas e meninos), brigávamos muito (meia hora depois, ficávamos “de bem”), dividíamos brinquedos e guloseimas. Tive apelidos, coloquei apelidos e, tudo bem? Não se conhecia a palavra bullying, e essas perseguições vergonhosas ainda não era coisa que traumatizava tanto. Ralei joelho, arranquei a tampa do dedão, furei o pé com prego enferrujado, briguei na rua, toquei campainha e saí correndo, fiquei de castigo, apanhei de chinelo, de cinto, de vara. Brinquei de pega-pega, esconde-esconde, passa-anel, morto-vivo, batata-quente, cobra-cega,policia e ladrão, pular corda, pião, bolinha de gude, rodei pneu, tive balanço no flamboyant que tinha em frente a minha casa e muito, muito mais. Brinquei na terra, no barro, na lama, na areia, peguei peixinho e girino no rio, coloquei chinelo na enxurrada, fiz barquinho de papel. Fiz e soltei muita pipa!
Depois que tive filhos comecei a me questionar sobre isso. Percebo uma diferença nítida de comportamento das crianças de antigamente em relação às crianças de hoje. São vários os fatores que podem ter influenciado esta mudança. Não sei se há uma comprovação científica para o que estou dizendo, apenas conhecimento empírico.
Talvez a tecnologia tenha favorecido o estímulo da inteligência dessas crianças, talvez a ausência dos pais que trabalham fora tenha incentivado a independência delas, talvez a modernidade tenha feito com que as coisas simples parecessem sem graça aos olhos dos pequeninos, talvez o acesso precoce as informações desnecessárias tenha roubado a ingenuidade delas, talvez o aumento da violência nas ruas tenha afastado essas crianças umas das outras. Sinceramente, não sei. O fato é que elas são diferentes aos meus olhos. E isso me incomoda.
A maioria não se interessa por brinquedos simples, tudo o que desejam é ficar em frente ao tablet, celular e TV, morrem de medo de bichos, não gostam de sol, de mato, de chuva, de lama, acham que brinquedo é descartável e diversão se resume em shopping. Já tem gente falando sobre a morte da infância. Não diria tanto, mas talvez eu chamaria de infância sem graça.Muitas estão se tornando adultas demais, independentes demais, intolerantes demais, ansiosas demais, sensuais demais, modernas demais.Será que isso é pior, melhor ou não faz diferença?
Estive conversando com uma senhora mãe de seis filhos, já adultos. Eu estava compartilhando com ela sobre a dificuldade que as crianças de hoje tem de se concentrar em alguma atividade, de obedecer aos pais, de compartilhar com amigos ou irmãos, de dividir, enfim. Foi quando ela me disse: “Minha filha, eu criei meus seis filhos praticamente sozinha e eles ficavam horas brincando com brinquedos imaginários, ou com latas de mantimentos e colheres de pau, enquanto eu fazia o almoço e arrumava a casa, enquanto hoje, meus netos não param um minuto, nem com vários brinquedos de última geração espalhados pela casa.” E ainda acrescentou: “Não se preocupe, as crianças de hoje são diferentes sim. São independes e autoritárias. São agitadas demais e inquietas, além dos vários problemas de saúde que antigamente não existia (ou não se sabia).” Daí eu não preciso de pesquisa científica para comprovar o que eu penso. Fico com a opinião experiente dessa mulher. E claro, é tranquilizante saber que não sou frouxa, incompetente ou mole. O problema está na geração high tech de hoje em dia… hahaha.
In: Simplicidade das coisas, Augusto Martini.
ATIVIDADE 1- Faça uma pesquisa e registre no quadro o que mudou e o que permanece em nossa sociedade. Para isso, peça ajuda aos seus pais e responsáveis.
RESPOSTA PESSOAL. Antes da suspensão das aulas presenciais ,você fez uma entrevista com um adulto e uma atividade avaliativa comparando sua infância com a do entrevistado. Com essas informações complete o quadro abaixo:
MUDOU | PERMANECEU | |
FORMAS DE DIVERSÃO | ||
VESTUARIO | ||
BRINCADEIRAS INFANTIS | ||
PROFISSOES |
ATIVIDADE 2-COMPARE AS DUAS FOTOS DO BAIRRO DE COPABCABANA E MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA.
( ) As duas fotos pertencem á mesma época.
(X) A paisagem foi modificada com o passar do tempo.
( ) O número de residências diminuiu com o passar do tempo.
( ) O número de moradores diminuiu com o passar do tempo.